Alunos das turmas 11J e 11K do Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco visitaram a exposição “Joan Miró: signos e figuração” que está patente na Casa de Serralves, Porto. Os estudantes participaram numa visita guiada, contactando de perto com algumas obras de pintura bastante conhecidas, sem esquecer uma abordagem ao estilo do artista catalão. Trata-se de uma exposição que, indubitavelmente, todos apreciaram e recomendam visitar. “Signos e figuração” são termos que se referem às figuras e aos símbolos a que recorria o pintor, sinais esses plenos de significado. Em muitos casos é como se Joan Miró estivesse a escrever com códigos – cores, formas e símbolos – que exigiam do «leitor» atenção e imaginação no sentido de descodificar a mensagem. Joan Miró (1893-1983) dedicou 70 anos da sua vida à arte. Viveu um importante momento de viragem na forma de fazer a arte, isto é, a passagem da arte realista para a modernista. Por isso, no seu estilo, é notório o objetivo de romper com o academismo, com a arte tradicional figurativa, fabricada em laboratório como se de uma fotografia se tratasse, dando lugar à experimentação de novas formas (não raramente isentas de proporcionalidade), com recurso a detalhes soltos pela tela que, numa primeira abordagem, parecem não ter significado, daí que Joan Miró seja definido como um artista abstrato. Porém, a partir dos títulos dos quadros, é possível descobrir significados, ficando bem clara a estratégia de «agarrar» o público e de o deter num trabalho de descodificação de mensagens, nem sempre simples e nem sempre únicas. O trabalho de criar múltiplas leituras, de transcender a pintura e redescobrir as fontes do sentimento humano, como por exemplo nos quadros “A bailarina” ou “Nascimento do mundo”, representa muito bem o projeto surrealista a que se dedicou Joan Miró.