É com bastante certeza que se pode identificar com esta rotina: acorda de manhã, toma um café, entra no carro e liga o rádio. E é devido a esta sua universalidade que a ONU criou em 2011 o Dia Mundial da Rádio, que se repete anualmente no dia 13 de fevereiro com o propósito de consciencializar o público e os media acerca da sua importância e de melhorar a cooperação internacional entre todas as emissoras. Não podendo deixar este dia em branco, o Clube Europeu do AECCB organizou em direto para a rede social Facebook uma entrevista a um verdadeiro entusiasta e especialista por este meio de comunicação. Arcindo Guimarães- cuja voz muitos reconhecemos de documentários, programas televisivos e spots publicitários- é o diretor da estação famalicense FamaRádio. Para além da produção radiofónica, é um dos percursores da voz off em Portugal, pela empresa VozOn. Numa data dedicada a uma invenção tão antiga como esta, não se pôde deixar de questionar a sua popularidade no meio jovem. De facto, ao contrário do que seria de esperar, o interesse dos mais novos tem vindo a crescer acentuadamente, sobretudo devido a transmissões on-line e ao processo de constante renovação que a rádio sofre. Tal como explicou a voz da Fama Rádio, o primeiro confinamento geral demonstrou que os jovens se mantêm ligados às origens, sendo que este grupo etário representa a maior fatia do público fora do fm. Apesar da ligeira queda de audiências naturalmente causada pelo isolamento social, o locutor famalicense sublinha que o balanço total tem sido positivo devido a uma transição significativa para o streaming digital. Não deixou também de salientar um ponto relevante nos dias de hoje: a voz dos inúmeros locutores continua a roubar diariamente um pouco da solidão dos espectadores mais isolados. Em oposição ao que acontece nas restantes vias de comunicação social, Arcindo Guimarães afirma que a rádio tem vindo a passar ao lado da época das “fake news” e dos sensacionalismos. A grande seletividade no que toca à informação e o menor número de notícias parecem ser o que a torna tão à prova de notícias falsas. Após esta entrevista ímpar para o AECCB, pudemos constatar que, tal como esta transmissão (ao vivo), também a rádio se encontra bastante viva para os jovens e para o público geral, mantendo a sua versatilidade e inovando geração após geração. Carolina Alves