A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão associou-se, uma vez mais, esta terça-feira, às comemorações do Dia Mundial do Professor dinamizadas, localmente, pelo Sindicato dos Professores da Zona Norte (SPZN). Tal como é tradição, a efeméride foi assinalada junto aos Paços do Município, com uma cerimónia que juntou o Vereador da Educação, Leonel Rocha, o responsável pela Delegação do SPZN Famalicão, Artur Silva, vários diretores de agrupamentos escolares e de outros estabelecimentos de ensino, representante da Federação Concelhia das Associações de Pais de Famalicão (FECAPAF), num número mais reduzido de participantes, cumprindo com as normas de segurança sanitária que a atual situação pandémica exige. O culminar da cerimónia foi o Hastear da bandeira alusiva ao Dia Mundial do Professor no edifício dos Paços do Concelho. Na alocução que fez no local, o Vereador da Educação, Leonel Rocha, quis deixar uma “palavra de reconhecimento aos professores”, referindo que aqueles profissionais “não vivem de grandes cerimónias, mas do ato nobre do dia a dia de fazer crescer e dar competências às nossas gentes, para que sejam homens e mulheres melhores na sociedade”. “A grande causa dos professores é ver os alunos chegarem longe”, acrescentou o responsável pelo pelouro da Educação, que é também professor. “O Município quer fazer desta homenagem também a sua homenagem aos professores, para reforçar o reconhecimento que tem para com estes profissionais, dizendo publicamente, sem qualquer dúvida, que são os principais responsáveis por construir uma sociedade melhor e por ajudarem no desenvolvimento da nossa terra”, frisou Leonel Rocha. O responsável pelo pelouro da Educação admitiu, contudo, as dificuldades que afligem hoje a profissão de docente. “O trabalho de professor é, efetivamente, difícil por que tem de lidar com crianças numa sociedade em constante mudança e não é fácil motivá-las para a escola e para o estudo já que estão constantemente expostas a tantos estímulos externos que os dispersam”, referiu o vereador. Por outro lado, recordou também a dificuldade que se coloca ao professor da atualidade que tem de lidar com “encarregados de educação cada vez mais exigentes”, mas que, “muitas vezes, ultrapassam os limites da razoabilidade da exigência”. “Os professores vivem neste meio e tentam sempre responder no limite das suas competências e saber para que a escola corra bem”, sublinhou. O responsável pela Delegação do SPZN Famalicão, Artur Silva agradeceu a parceria com a Câmara Municipal para assinalar o Dia Mundial do Professor e cumprimentou todos os presentes. Lembrou que o lema internacional deste ano é “Professor na Linha da Frente” e referiu que “o professor sempre esteve na linha da frente”, sendo que, este ano, “tem particular evidência essa posição”. Artur Silva disse que “ficou demonstrado, durante o período de confinamento, o papel decisivo dos professores no ensino à distância, no uso de tecnologias que nem todos estavam preparados e que algumas das quais foram e expensas dos próprios”. De acordo com aquele dirigente sindical, a utilização das tecnologias, acentuada no último ano letivo, revelou também “o papel insubstituível do professor”. Nesta linha, alertou e pediu o apoio de todas as instituições e entidades presentes para defenderem junto do Governo a necessidade, “cada vez mais urgente”, de renovar os quadros dos professores, já que é uma classe profissional acentuadamente envelhecida. Segundo os mais recentes dados, “52% dos professores têm hoje mais de 50 anos de idade”, apontou Artur Silva. “Estamos numa situação problemática”, alertou, acrescentando que “em breve teremos falta de professores”. Para contrariar este cenário, Artur Silva defende uma “revalorização da carreira docente” e pediu aos pais e encarregados de educação para que se tornem “aliados” nesta luta, fazendo pressão sobre o Governo, para que a “imperativa” renovação dos quadros existentes se concretize “quanto antes”. O dirigente do SPZN elogiou a “competência” dos diretores das escolas que, neste quadro de dificuldades, “conseguiram que o ano letivo arrancasse”, sem esquecer o empenho dos assistentes operacionais. Relativamente a Vila Nova de Famalicão, Artur Silva deixou uma “ressalva”: “distingue-se dos restantes concelhos porque aqui não temos grandes problemas em termos de número de assistentes operacionais, mas o mesmo não acontece no resto do país”. Criticou as “tardias orientações da Direção-Geral do Ensino e da própria DGEST” que, “não fossem os professores terem usado o seu profissionalismo para por em prática o novo ano letivo, as coisas, provavelmente, não estariam no nível em que estão”. Por isso, concluiu Artur Silva, “o professor está sempre na linha da frente”.