O dia em que a poesia se fez eucaristia na EB 1,2,3 de Pedome
25 / mar / 2019
Quinta-feira, 21 de março, foi, perdoe-se-nos a heresia, tarde de Eucaristia, de reconhecimento, de ação de graças. Ou, deveríamos dizer, tarde de Poesia para comemorar, justamente, o seu Dia Mundial. O auditório da Escola Básica 1,2,3 de Pedome foi demasiado pequeno para a enormidade do que aí se passou: alunos, professores, direção, convidados, juntos para “cantar” a Poesia. Sessão organizada, sobretudo, para os 9ºs anos, pela equipa da biblioteca escolar, contou com a presença de gente amiga do texto poético e da música (que é, também, um outro tipo de poesia). O Doutor António Oliveira, especialista em Eugénio de Andrade e poeta ele próprio, conversou com os alunos sobre o ato criador, sobre Orfeu, sobre Prometeu, intercalando com poemas de Eugénio, Pessoa, Sophia, Gedeão, Torga, Florbela Espanca e Carlos Drummond de Andrade, ditos pelos amigos que com ele vieram, a Dra. Cidália Santos, o ator Fernando Soares e os músicos Rui Vilhena e Pedro Silva. Porque um poema, como todos sabemos é tanto de quem o escreve como de quem o lê, a sessão começou com uma aluna do nono ano dizendo um poema inédito de Eugénio e encerrou, em apoteose, com um tema escrito e musicado originalmente por um aluno de um dos Cursos de Educação e Formação (CEF) da Escola. E como é de utopia que o mundo se constrói, foi afirmado que É urgente destruir certas palavras, // ódio, solidão e crueldade, // alguns lamentos,// muitas espadas. (…) É urgente o amor, é urgente// permanecer. Em tempo de “oração”, foi lembrado o caráter sagrado da Poesia. No final desta “eucaristia” ouvia-se que é bom estudar em Famalicão e que é ainda melhor fazê-lo em Pedome.