Para melhor lidar com (e aceitar) a sua pequenez e limitação face aos fenómenos naturais, às catástrofes, às guerras, às epidemias, o Homem criou os heróis, esses seres que, na Antiguidade Clássica, eram semi-deuses, depois, heróis de carne e osso e, nos tempos modernos, super-heróis, já distantes de um Hércules ou de um Aquiles mas sempre com os mesmos ideais de alcançar: a justiça, a paz, o heroísmo, a cura, o novo. Nos dias de hoje surgem novos heróis de carne e osso, que aparecem em situações de perigo, de conflitos, de guerras, de epidemias. Gente vulgar, pequena e graúda que, nas circunstâncias atuais da luta titânica contra a Covid 19, revela dotes e capacidades excecionais: médicos, enfermeiros, bombeiros, padeiros, talhantes, etc. Mas, na nossa opinião, os verdadeiros super-heróis são os nossos alunos do 1.º ano, os seus pais, avós, padrinhos, etc. Eles demonstram bravura ao lidar com computadores, tabletes, smartphones, plataformas, redes sociais, comunicação assíncrona e síncrona, e tudo mais. Mas o que mais gosto neles é a compreensão, o afeto e a ternura que revelam nestes momentos estranhos, mas históricos. Mais, revelam serem ordenados neste caos de confinamento e de interioridade. E surgem sempre com um sorriso nos lábios, um bom dia na ponta da língua, um arco-íris nas faces. E eles vivem com a consciência de que cada dia deste isolamento é precioso. É um tempo de mudança de paradigma em que o E@D quer dizer mesmo “em casa”, na domesticidade do lar. Obrigada super-heróis!!! Que nunca acabe a coragem.