São tempos de pandemia, mas o calendário continua bem vivo e a pautar os dias de degrau em degrau, tal qual escada que nos transporta do andar do outono para o apartamento do inverno. A folha do calendário marcava o dia 11 de novembro. O dia começou estremunhado entre as nuvens de cinza parda e um sol envergonhado e escondido, mas com vontade de polvilhar a Escola de Gondifelos com os seus raios quentes e macios. A vida continua, e as folhas caídas dizem que é outono no Hemisfério Norte, e a magia da Lenda de São Martinho envolveu os alunos da Escola Básica de Gondifelos. Martinho, o valoroso soldado romano, pegou na sua capa e cobriu o mendigo que enregelava em dia de chuva miudinha. Este ato nobre e de grande solidariedade foi contado de avós para netos, de boca em boca e resistiu até aos dias de hoje. Se esta atitude de Martinho, mais tarde considerado santo, ainda faz parte da nossa cultura, não é um bicharoco chamado COVID que o vai fazer esquecer. Nós contámo-la por palavra, gesto e canção. A lenda foi lida, explorada e sentida. Concluímos que, enquanto em Gondifelos houver sorrisos e alegria das crianças, o São Martinho vai continuar a ser festejado. E este ano foi diferente, mas significativo e simbólico. Houve fogueira ecológica, improvisada com uma caixa de cartão. Não teve chama natural mas o calor da pequenada fê-los saltar muito alto. E quando há fumo, há fogo … e quentinhas e boas as castanhas visitaram nossa bocas no refeitório. No final da jornada, sabemos que respeitamos sempre as normas sanitárias indicadas pela DGS.