A escola não é nem pode ser um local fechado, alheio ao que se passa à sua volta. Contudo, por vezes torna-se difícil chegar a todos os atores de um teatro tão complexo e diversificado, que cada vez mais preferem curtas-metragens a filmes com mensagens que nos deixam ou levam a pensar e a refletir sobre a nossa individualidade/identidade. Uma escola viva é uma escola ativa e, para celebrar e vivenciar o outono, os alunos do Agrupamento de Escolas de Ribeirão (do pré-escolar ao 3º ciclo) aplicaram-se no desenvolvimento de atividades interdisciplinares e realizaram visitas para conhecimento das tradições de outono do meio local, inseridas no âmbito do Plano Nacional das Artes/ Projeto Cultural de Escola. Todas estas atividades estiveram agregadas a um programa construído em torno da preservação do ambiente e das tradições, que culmina com exposições (uma delas itinerante) e a construção de um livro digital. Entusiasmados com o que aprenderam, os alunos quiseram exteriorizar os conhecimentos adquiridos através da sua criatividade com desenhos; dança; canções tradicionais; criação de poemas alusivos à época; pinturas; criações artísticas com material proveniente da Natureza, reciclado, em croché, em tecido e identificaram as espécies de árvores autóctones da escola com recurso aos respetivos nomes científicos. Este projeto cultural de natureza interdisciplinar teve o seu ponto alto na atividade que decorreu no Dia de S. Martinho no polivalente da escola-sede que se transformou num teatro, onde todos os elementos necessários ao sucesso de um espetáculo se juntaram e dançaram como folhas ao vento para aterrarem numa peça final divinal: “Ecos de Outono”. Foi notório o despertar da motivação e da energia coletiva do trabalho em equipa, em que cada elemento parecia, inatamente, saber o que fazer: alunos, pais, avós, auxiliares de ação educativa, Junta de Freguesia e Utentes do Centro de Dia de Ribeirão, professores de diversas áreas do saber, colaboraram como puderam e souberam, resultando todo este esforço num espetáculo de sensibilidade artística, cor e alegria, que com certeza irá ecoar por muito tempo nas nossas memórias e, quiçá, despertar sensibilidades e competências adormecidas.